MENINA-SARACURA (*)
Menina-saracura, bem te quero para afago só meu, sonho real. Devo olvidar o tal de lero-lero, sua vida tão louca. Não faz mal.
Menina-saracura, bem te quero, é sina. Com o primo Chico eu brigue. Só sei que meu amor por ela é vero, Cupido, à bel menina então me ligue!
Quero a doce menina. Mais que espero, por ser premente. Enfim, não desvaneça de mui penar, eu, pássaro-metade.
Menina-saracura, bem te quero... Longe não vá, nem sua falta teça o abominoso manto da saudade!
(*) Soneto heróico, com tônicas na 6.ª (sexta) e 10.ª (décima) sílabas. A menina-saracura morou em Maravilhas-MG nos anos 60. Feito a ave, ela silenciava-se e fugia de todos. À tarde-noite e ao alvorecer ela cantava amorosa.
Afonso de Castro Gonçalves Confrade-fundador da ABLAM Academia Brasileira de Letras e Artes Minimalistas. Patrono: Millôr Fernandes.
Afonso de Castro Gonçalves
Enviado por ABLAM em 06/10/2022
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