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ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E ARTES MINIMALISTAS

ABLAM - A primeira Academia Minimalista do Brasil

Textos

PATRONO - GILSON DE CASTRO (LUIZ OTÁVIO)
ALBERTO VALENÇA LEAL DE LIMA
ACADÊMICO FUNDADOR – CADEIRA 03
PATRONO – GILSON DE CASTRO (LUIZ OTÁVIO)



San Gabriel I


"Inútil! Calmaria. Já colheram
As velas. As bandeiras sossegaram, que tão altas nos topes tremularam – Gaivotas que a voar desfaleceram.

Pararam de remar! Emudeceram! (Velhos ritmos que as ondas embalaram) Que cilada que os ventos nos armaram!
A que foi que tão longe nos trouxeram?

San Gabriel, arcanjo tutelar,
Vem outra vez abençoar o mar, vem-nos guiar sobre a planície azul.

Vem-nos levar à conquista final
Da luz, do Bem, doce clarão irreal.
Olhai! Parece o Cruzeiro do Sul! "

CAMILO PESSANHA
  
SUMÁRIO


LUIZ OTÁVIO

Luiz Otávio, é o nome como ficou conhecido o grande trovador, poeta e dentista, Gilson de Castro. Carioca, nascido em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, em 18 de julho de 1916, às 8h30 numa casa da rua Uruguai. Esta data ficou famosa, após sua morte em Santos, São Paulo, no dia 31 de janeiro de 1977, vítima de uma doença muito rara: amiloidose. Foi filho de Octávio de Castro e Antonietta Cerqueira da Motta de Castro.
O dia do seu nascimento passou a ser festejado como o Dia do Trovador, em vários pontos do Brasil, em homenagem a ele, que fundou a União Brasileira de Trovadores e foi um incansável defensor e propagador da Trova no país. Foi ele quem deu à trova o maior impulso de sua história, fazendo a sua divulgação nas rádios, revistas e jornais. Essa ação incansável do poeta teve seu ponto mais marcante, com o lançamento do livro "Meus irmãos, os Trovadores" em 1956. Uma coletânea de duas mil trovas de autores que ele convidou de quase todos os pontos do país, num trabalho colossal.  
Era um dos mais conceituados Cirurgiões – Dentistas da época. Graduou-se pela Faculdade Nacional de Odontologia da Universidade do Brasil, em 1936. E, segundo consta, ele não atuava apenas no Rio de Janeiro. Atendia também em São Paulo, Santos, Belo Horizonte e outras cidades mais próximas do seu consultório, que na Rua do México, 119, 9º Andar, segundo informação de Maria Nascimento Santos Carvalho, no Portal Movimento das Artes1 e na aeronáutica segundo Aparício Fernandes (1972).

Os Jogos Florais
Em 1960, com a ajuda de J. G. de Araújo Jorge, ele lançou o
primeiro evento de Jogos Florais no Brasil exclusivamente com o uso de Trovas, com o I Jogos Florais de Nova Friburgo. Anteriormente, já havia acontecido no país, em Santos, mais precisamente, nos anos de 1914, 1915 e 1916, os Jogos Florais promovidos pelo Liceu Feminino Santista, baseado em outros gêneros poéticos que não a Trova. Mas, não houve continuidade. Não se sabe se por falta de interesse ou por falta de alguém que os mantivesse. Só quatro décadas mais tarde, segundo relata Aparício Fernandes (1972), Luiz Otávio e J. G. de Araújo Jorge tendo sido vencedores de um concurso de trovas promovido pela Casa da Bahia no Rio de Janeiro, e recebido como prêmio, uma viagem para Salvador, na Bahia, no ano de 1958, que surgiu a oportunidade da criação destes Jogos. Ao regressarem por via marítima, os dois trocaram ideias na viagem sobre a reintrodução dos Jogos Florais no Brasil. Dois pontos decisivos para o sucesso destes Jogos ficaram definidos: O primeiro foi que eles seriam baseados exclusivamente na trova, e o segundo, que o local a ser palco destes Jogos seria a cidade serrana de Nova Friburgo. Duas razões relevantes levaram Luiz Otávio a sugerir esta cidade como palco dos primeiros Jogos Florais: era próxima da então cidade da Guanabara, Estado do Rio de Janeiro, e era um local extremamente aprazível, com flores em profusão, ótimo clima, muitas atrações turísticas, e uma excelente estrutura de clubes, hotéis e restaurantes, constituindo-se assim, o local ideal para um encontro de poetas. Aliado a tudo isso, tanto um como outro, possuíam propriedades na cidade, lá gozando de ótimas relações.
Todas as autoridades e comerciantes do lugar colaboram. Dr. Amâncio Mário de Azevedo, na época prefeito da cidade, deu todo apoio aos Jogos Florais, o que contribuiu para que todas as outras autoridades e comerciantes o seguissem neste suporte dado. Hotéis ofereceram hospedagem gratuita para os vencedores durante os três dias do evento, a empresa de ônibus local ofereceu um ônibus para os organizadores promoverem caravanas, além de muitos outros órgãos e pessoas que proporcionaram muitas valiosas colaborações para o sucesso do evento que aconteceu entre os dias 13 e 15 de maio, numa festa sem precedentes, que reuniu um sem número de poetas trovadores, autoridades, jornalistas, escritores, intelectuais de vários cantos do país e o povo friburguese.
Trova vencedora dos I Jogos Florais de Nova Friburgo
Tema: Amor 1960
Não me chames de senhor que não sou tão velho assim, e a teu lado, meu amor,
não sou senhor... nem de mim!  
Rodrigues Crespo

O título de Magnífico Trovador
Este título é concedido aos trovadores, que por três anos consecutivos, obtenham a classificação de uma de suas trovas, entre os dez primeiros lugares nos Jogos Florais de Nova Friburgo.  Primeira trova de Luiz Otávio para conquistar o título de Magnífico Trovador.

Tema: Silêncio 1972 (1º lugar)

Nessas angústias que oprimem,
que trazem o medo e o pranto,
há gritos que nada exprimem,
silêncios que dizem tanto!...

As outras trovas nos dois anos seguintes:

Tema: Confidências 1973 (2º lugar)

Eu...você...as confidências...
O amor que, intenso, cresceu...
O resto são reticências
que a própria vida escreveu...

Tema: Fibra 1974 (10º lugar)

Ele cai... não retrocede!...
continua até sozinho...
que a fibra também se mede
pelas quedas no caminho!  

O Movimento Trovadoresco
Segundo Aparício Fernandes (1966), Luiz Otávio foi “O Verdadeiro Apóstolo da Trova no Brasil”. Querido e admirado por todos os trovadores, inclusive o próprio Adelmar Tavares. O trabalho de Luiz Otávio pela trova tem sido, de fato, “algo de notável, de quase inacreditável”.
E continua: “Focalizaremos quatro aspectos do trabalho de Luiz Otávio em relação às trovas. Os três primeiros se constituem marcos fundamentais do movimento trovadoresco em nossa terra. E o último por ter sido a mais bela e poética festa de trovas que já se realizou no Brasil, ou em qualquer outra parte do mundo.”  Prossegue ele: “Referimo-nos à publicação do livro “Meus irmãos, os Trovadores”, aos Jogos Florais, a fundação da Seção da Guanabara do Grêmio Brasileiro d Trovadores (GBT), e por último, os Jogos Florais de Normalistas do Estado da Guanabara.” (Aparício Fernandes, 1966).
Em seu terceiro volume da coleção “Trovadores do Brasil”, Aparício Fernandes finaliza seu prefácio afirmando que um dos pontos que mais contribuíram para a fantástica ascensão do movimento trovadoresco em nosso país, foi, sem dúvida, a fraternidade existente e cultivada pelos trovadores. Esta é, segundo penso, uma das maiores contribuições de Luiz Otávio para este movimento, ao publicar seu livro “Meus irmãos, os Trovadores”, pois desencadeou um movimento sem precedentes em nossa pátria, de expansão da fraternidade que ele sugeria com o título do livro publicado. E praticou em vida essa virtude.
Segundo Maria Nascimento Santos Carvalho, no Portal Movimento das Artes1, o jornal português "O Castanheira" de Pêra, antiga freguesia de
Portugal, de 11 de agosto de 1958, publicou o seguinte sobre “Meus Irmãos, os Trovadores”:
“Esta coletânea, a primeira do gênero, veio preencher uma lacuna que se fazia sentir. Apresenta mais de seiscentos autores brasileiros, duas mil trovas, inúmeras notas bibliográficas e elucidativas e minuciosa introdução com um estudo sobre a trova. É um valioso trabalho que se impõe.  A Luiz Otávio, em quem há muito reconhecemos idoneidade literária e bom sentido poético, apresentamos os nossos parabéns e os desejos de que o seu trabalho tenha a divulgação que a todos os títulos merece”.
E ela enumera e transcreve as notas, que vários outros veículos  de imprensa publicaram em diversas edições, notas elogiosas a Luiz Otávio, pela publicação deste livro tão precioso, que definiu de maneira insofismável, um marco na história da Trova no Brasil.
Luiz Otávio era uma pessoa muito modesta e não se sentia parte  da realeza apesar do título de “Príncipe da Trova”. Segundo Aparício Fernandes (1972), em uma conversa com Lilinha Fernandes certa vez, ao ser indagado por ela, se ele, como príncipe, e ela como rainha, não deveriam se abster da participação de concursos, uma vez que poderiam não ter suas trovas classificadas entre os vencedores, o que lhe comprometeria o título. E Luiz Otávio lhe respondeu, com toda humildade que lhe era peculiar, que não havia demérito de não terem alguma trova não classificada em qualquer concurso. Isso não diminuía o valor do trovador, pois o resultado de qualquer concurso, refletia apenas o gosto de determinada comissão julgadora. Não era um resultado matemático, e com outros membros na comissão, poderia ser o resultado, completamente diverso.
Tanto assim ele pensava, que apesar de ter concorrido a todos os Jogos Florais de Nova Friburgo desde a sua criação por ele próprio junto com J. G. de Araújo Jorge, só em 1972, doze anos depois, portanto, teve sua primeira trova classificada entre os dez primeiros lugares, para fazer jus ao título de Magnífico Trovador, conquistado dois anos mais tarde, em 1973.
A publicação de Meus irmãos, os Trovadores” certamente, acarretou um trabalho hercúleo do autor/organizador. Não deve ter sido fácil, em 1956 coletar duas mil trovas de todos os lugares do Brasil, numa época em que não existia internet, e a comunicação era deficiente. Sequer telefone era uma comunicação satisfatória. Havia, mas muito precariamente. Além de um custo muito elevado, era difícil manter contato interestadual. Era necessário marcar hora e comparecer nas lojas das companhias telefônicas para obter as ligações, que muitas vezes, tardavam horas para serem concretizadas. A comunicação naquela época era basicamente pelos correios, e uma carta muitas vezes demorava uma semana para chegar ao destino.  

Trovas de Luiz Otávio mostrando a relação dele com a trova.

"A trova tomou-me inteiro!
tão amada e repetida,
agora traça o roteiro
das horas de minha vida."

***

"Trovador, grande que seja,
tem esta mágoa a esconder:
a trova que mais deseja
jamais consegue escrever ... “

***
  
“Por estar na solidão,
tu de mim não tenhas dó.
Com trovas no coração,
eu nunca me sinto só.”

***

“Uma trova pequenina,
tão modesta, tão sem glória,
bem pouca gente imagina,
que também tem sua história.”

***

“Toda noite ao me deitar
(por certo você reprova),
eu me esqueço de rezar
e fico fazendo trova.”

***
  
“Ó trovas — simples quadrinhas
que têm sempre um quê de novo…
— Como podem quatro linhas
trazer toda alma de um povo?!”

***
  
“Pelo tamanho não deves
medir valor de ninguém.
Sendo quatro versos breves
como a trova nos faz bem.”


“Cada quadrinha que faço
em hora calma ou incalma,
é pequenino pedaço
que eu mesmo furto a minha alma.”

***

“Tão pequenina parece...
humilde e distante estrela...
porém, como a trova cresce
quando alguém sabe entendê-la!”

***

Haveria paz na Terra
não seria a vida inquieta
se a criança em vez de guerra
brincasse de ser poeta

***

“Fraternidade - eu bendigo!...
pois sinto de coração,
em cada Ser um amigo!
Em cada amigo, um irmão!”

***

“Angústia que amarga tanto,
por mais que as paixões se domem
é ter a fama de Santo
e ser tão somente um homem!”

***

“Nessas angústias que oprimem,
que trazem o medo e o pranto,
há gritos que nada exprimem,
silêncios que dizem tanto!...”

***

“Sou como a cana no engenho!
Quem dera que assim não fosse!
Quanto mais dores eu tenho,
o meu cantar é mais doce!”

***

“Vendo este mundo inclemente,
envolvido em negro tom,
há momentos em que a gente
se arrepende de ser bom!”

***

“Espalhem que sou tristonho...
Não ligo ao que o mundo diz...
Quem na vida tem um sonho,
mesmo se é triste é feliz...”

***

“Dizes que és pobre... E eu, coitado,
inveja tenho de ti...
Tens tua mãe ao teu lado
e a minha - eu nem conheci!”

***

“Este amor envolto em pranto,
é tão grande, tão profundo,
e é tão puro o seu encanto
que não cabe neste mundo!...”

***

“Prossegue a cantar!
Insiste, mesmo a sofrer e a chorar,
que, pior que um canto triste,
é uma vida sem cantar!”

De autoria de Luiz Otávio também são os hinos dos Trovadores e dos Jogos Florais. Luiz Otávio sempre gostou de compor e cantar, segundo Carolina Ramos (1999) embora não conhecesse nada de música. Recebeu nesse sentido, grande influência de Aloysio de Oliveira, que veio a pertencer ao Bando da Lua, banda que fez grande sucesso ao lado de Carmem Miranda nos Estados Unidos.

Hino dos Trovadores

Nós, os trovadores, somos senhores de sonhos mil!
Somos donos do Universo através de nosso verso. E as nossas trovas são bem a prova desse poder: elas têm o dom fecundo de agradar a todo mundo!
              
Hino dos Jogos Florais

Salve os Jogos Florais Brasileiros!
a Cidade se enfeita de flores! Corações batem forte, fagueiros, a saudar meus irmãos trovadores! Unidos por laços fraternais, nós somos irmãos nos ideais; - não há vencidos, nem vencedores; pois todos nós cantamos, somos trovadores; e as nossas trovas sentimentais são sempre mensageiras de amor e paz!

Ele também fazia trovas humorísticas. Eis um exemplo.


Tu és agora alta dama,
de porte belo e correto.
– Conheço bem tua fama...
mas, -sossega! - sou discreto...
Luiz Otávio enviou seus primeiros versos para jornais e revistas por volta de 1938, segundo nos informa Carolina Ramos (1999). Sua primeira trova publicada aconteceu na revista carioca “O Malho” de 23 de abril de 1939, segundo nos informa o trovador dono do blog Falando de Trova, José Ouverney5. Luiz Otávio teve suas trovas acolhidas e publicadas pelo “Correio da Manhã”, “Vida Doméstica”, “Fon-Fon”, “O Malho”, “Jornal das Moças”, e revistas que, como “O Cruzeiro”, nos anos de 1939, 1940 e 1941, figurava entre as mais lidas do país.  A revista “Alterosa” de Belo Horizonte, também publicou suas trovas.
Tinha por Aldelmar Tavares uma grande admiração e manteve com ele uma estreita amizade que o fez desenvolver o gosto pela trova e nela se aprimorar.  “Quem os aproximou foi o consagrado poeta A. J. Pereira da Silva. Recuperava-se Luiz Otávio na Fazenda Manga Larga em Pati de Alferes, quando teve oportunidade de conhecer esse renomado poeta, da Academia Brasileira de Letras, com quem iniciou amizade edificante, solidificada pela Poesia; amizade que se estendeu até os derradeiros dias de A. J. Pereira da Silva que, naquele tempo, já passava dos sessenta, enquanto Luiz Otávio não galgara ainda o vigésimo segundo degrau de sua sofrida existência.” (Carolina Ramos)
O pseudônimo de Luiz Otávio, segundo informações da mesma  fonte, foi adotado por duas razões: Luiz, por ser um nome melodioso e bonito, e associado a Otávio, como uma homenagem ao seu pai (Octávio de Castro), adaptando para as normas ortográficas vigentes com  a exclusão do “c”.

O TÍTULO DE PRÍNCIPE DA TROVA
Segundo Aparício Fernandes (1972), num Congresso de Trovadores promovido por Rodolfo Coelho Cavalcante em São Paulo no ano de 1960, foi proposto para Luiz Otávio por Zálkind Piatigorsky, o próprio Rodolfo e outros trovadores, o título de Príncipe da Trova. Acontece que este título já era ostentado por Adelmar Tavares há vários anos. Ninguém sabe ao certo quem lhe outorgou este título, mas o fato é que ele era um expoente da trova na época, e Luiz Otávio era seu discípulo, amigo e grande admirador. Razão pela qual ele recusou o título proposto. Mas os congressistas insistiram para que ele o aceitasse. Isto fez com que o famoso trovador terminasse voltando atrás na sua decisão, mas impôs uma condição para isso: que fosse outorgado pelos congressistas a
Adelmar o título de “Rei da Trova” o que foi aceito por aclamação. Ele ainda propôs aos congressistas que aprovassem também o título de Rainha da Trova para Lilinha Fernandes o que também foi aprovado por aclamação.
Tal proposta, ainda segundo Aparício Fernandes na mesma fonte, foi posteriormente confirmada numa enquete promovida por Eno Teodoro Wanke e Walter Waeny com mais de oitocentos trovadores aprovando aquela eleição.


TROVAS EM HOMENAGEM A LUIZ OTÁVIO

Ao longo de todos esses anos, Luiz Otávio recebeu as mais diversas homenagens, que dezenas de trovadores, espalhados por todo o Brasil lhe creditaram. A seguir, apresentamos apenas uma pequena mostra das incontáveis trovas já a ele dedicadas. Estas foram extraídas de uma publicação da União Brasileira de Trovadores, Seção Santos de 1990 e de outra publicação, esta virtual.


Luiz Otávio, Trovador,
sempre cantou nos seus versos,
seu viver, cheio de amor,
soube expressar sons diversos!
(Glorinha Velloso - Santos - SP)


Paira lá na eternidade,
Luiz Otávio, Trovador...
Saudade, doce saudade,
dos lindos versos de amor!
(José Santos - Santos - SP)


Luiz Otávio em Santos, quis,
ter derradeira morada.
Príncipe foi, bem feliz!
Santos, lhe diz - Obrigada!...
(Neide Peres Gumiero - Santos -SP)


Luiz Otávio, eu te ofereço
a trova com muito amor.
Tantas nos deste.
Agradeço amigo e irmão trovador!...
(Neide Peres Gumiero - Santos -SP)


Luiz Otávio, o teu cantar
de Príncipe Trovador,
fazia o mundo sonhar
os encantos de um amor!
(Sophia Leite Cruz - Santos - SP)

Em cada estrela a brilhar
no céu azul cor de anil,
eu sonho com teu olhar,
ó meu príncipe gentil!
(Sophia Leite Cruz - Santos - SP)


Criando os Jogos Florais,
Luiz Otávio, qual flores,
num buquê lindo demais,
irmanou os Trovadores!
(Wanderley Rodrigues Moreira - Santos -SP)

Seu perfil tanto se expande
e reduzi-lo dá pena...
Não cabe um homem tão grande
numa trova tão pequena.
(Carolina Ramos – Santos – SP)


Por sua imensa bondade
e outros dons que Deus lhe deu,
ele é Príncipe, em verdade
pois já Príncipe nasceu!
(Carolina Ramos – Santos – SP)


Luiz Otávio é a prova
de que é capaz a poesia
de resistir pela trova:
Luiz Otáviomania...
(José Levy de Oliveira)



RUAS COM O NOME DE LUIZ OTÁVIO

Há, em várias cidades do Brasil, ruas que homenageiam o nosso querido Príncipe da Trova e Presidente Perpétuo da União Brasileira de Trovadores – UBT, a qual teve o privilégio de fundar em 21 de agosto de 1966. Há cinquenta e cinco anos, portanto. A seguir, uma foto de uma dessas ruas em Campos dos Goytacases – RJ. (Foto de Talita Batista – Campos dos Goytacazes - RJ)

  

Há também uma rua com o mesmo nome em São José dos Campos, SP  e outra em Campinas, SP. Esta última, com foto do Google abaixo.


E há, espalhadas pelo Brasil a fora, inúmeras outras ruas em homenagem ao Príncipe das Trovas, Luiz Otávio. Só para ilustrar, abaixo uma breve coleta de algumas destas ruas.

Em Manaus, na Colônia Terra Nova, há uma rua com este nome, em Porto Alegre, num bairro chamado Belém Velho, também há uma rua com o mesmo nome, Em Americana, SP, num bairro denominado Antonio Zanaga I, há também uma rua com este nome.

Inclusive, na zona sul de São Paulo, Capital, num bairro chamado Jardim Shangrilá, no Grajaú, há uma rua com este nome cujo CEP é 04852-009. E são incontáveis as ocorrências.

LUIZ OTÁVIO COMO PATRONO DE CADEIRA EM ACADEMIA DE LETRAS

De acordo com o artigo da acadêmica Iraí Verdan4, a Academia Mageense de Letras, em
26 de agosto de 1990, fez do trovador Haroldo Rodrigues de Castro, que na ocasião era Presidente da União Brasileira de Trovadores – UBT em Magé - RJ, acadêmico e primeiro ocupante da Cadeira nº 27, sendo seu fundador, e tendo como Patrono, o Trovador Luiz Otávio, conhecido como o "Príncipe da Trova".  
Ainda segundo a mesma fonte4, em 16 de dezembro de 2004, foi empossada a acadêmica Iraí Verdan, como segunda ocupante desta Cadeira, que estava vaga desde 29 de dezembro de 2003, com a morte de seu primeiro ocupante.  
Então, ao contrário do que eu imaginava, Luiz Otávio já era o Patrono de uma Cadeira em uma Academia de Letras antes desta homenagem que lhe prestei ao ingressar na ABLAM – Academia Brasileira de Letras e Artes Minimalistas, imortalizando-o. Ele já tinha se tornado Imortal, desde 1990. E quiçá seja também Patrono de outras Cadeiras ocupadas por algum acadêmico ou acadêmica e alguma das muitas Academias de Letras espalhadas pelo país.  
Não se consegue obter muitas informações a esse respeito, infelizmente. A divulgação de matérias como esta é escassa, e a internet não facilita a busca pois não é um assunto relevante para a grande maioria dos que a acessam. Apenas casualmente, obtive esta informação.

PUBLICAÇÕES DO AUTOR

Saudade... muita Saudade - Poesia, 1946
Um coração em ternura" - Poesia. sem data
Trovas - sem data
Meus irmãos, os Trovadores - Coletânea, 1956
Cantigas para esquecer - Trovas, 1956
Meu Sonho Encantador - Poesia, 1959
Cantigas de muito longe - Trovas, 1961
Cantigas dos Sonhos Perdidos. Trovas - 1962
Trovas ao chegar do Outono - Trovas, 1965


LIVROS ORGANIZADOS POR LUIZ OTÁVIO DE J. G. DE ARAÚJO JORGE.

15 volumes de “Trovadores Brasileiros”, nos quais, em cada um, formado por cem trovas, dedicadas à autoria de algum poeta ou poetisa, ou ainda, a um dos temas dos Jogos Florais de Nova Friburgo - RJ, e um de Pouso Alegre -MG. A seguir, a relação de todos os títulos dos quinze volumes.

01 - Cem Trovas de Belmiro Braga
  
02 - Cem Trovas de Lilinha Fernandes
  
03 - Cem Trovas de Batista Nunes
  
04 - Cem Trovas de Amor (I Jogos Florais de Nova Friburgo – RJ)
  
05 -  Cem Trovas de Adelmar Tavares

06 - Cem Trovas de Waldemar Pequeno

07 - Cem Trovas de Saudade (II Jogos Florais de Nova Friburgo – RJ)
  
08 - Cem Trovas Populares

09 -Cem Trovas de Anis Murad
  
10 - Cem Trovas de Bastos Tigre
  
11 - Cem Trovas de Esperança (I Jogos Florais de Pouso Alegre – MG)

12 - Cem Trovas de Archimino Lapagesse
  
13 - Cem Trovas de Ciúme (III Jogos Florais de Nova Friburgo – RJ)

14 -  Cem Trovas de Soares Da Cunha

15 -  Cem Trovas de Adauto Gondim


REFERÊNCIAS
RAMOS, Carolina. Príncipe da Trova. São Paulo, Editora Ação, 1999.
WANKE, Eno Teodoro. O Trovismo: Primeiro movimento literário genuinamente brasileiro. Rio de Janeiro, Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1978.
FERNANDES, Aparício. Trovadores do Brasil. 1º volume, Guanabara, Editora Minerva, 1966
FERNANDES, Aparício – Trovadores do Brasil, 3º volume, Guanabara, Editora Minerva, 1970.
FERNANDES, Aparício. A Trova no Brasil - História e Antologia. Guanabara, Editora Artenova, 1972.
Portal Movimento das Artes – “Homenagem a Luiz Otávio” – disponível em:
https://movimentodasartes.com.br/trovador/pop/040718d.htm consultado em 24 de julho de 2021.
Jornal A voz da Serra – “Amâncio Azevedo - Um nome que ficou impresso para sempre na história de Friburgo” disponível em:
http://acervo.avozdaserra.com.br/noticias/amancio-azevedo-um-nome-que-ficouimpresso-para-sempre-na-historia-de-friburgo consultado em 24 de julho de 2021 3 – Luiz Otavio – Aspectos da trova humorística disponível em: https://nuhtaradahab.wordpress.com/2010/10/24/luiz-otavio-aspectos-da-trovahumoristica/ Acesso em 24 de julho de 2021.
Vida e obra do Príncipe da Trova – Luiz Otávio disponível em:
https://www.recantodasletras.com.br/homenagens/1636970 consultado em 24 de julho de 2021.
Falando de Trova homenageia centenário de Luiz Otávio disponível em https://www.portalr3.com.br/2016/07/falando-de-trova-homenageia-centenario-de-luizotavio/ Acesso em 07/08/2021.
Alberto Valença Lima - Cadeira 03
Enviado por ABLAM em 06/05/2023
Alterado em 17/05/2023
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